Sujet Portugais LV2 CCIP 2011 (Traductions)

TRADUCTION DE FRANÇAIS EN PORTUGAIS

Les Photographies

Il n’y a pas de photographies de votre arrière-grand-mère. Vous pouvez chercher dans le monde entier, il n’y en a pas. Dès qu’on le pense, l’absence de photographie devient un manque essentiel et même un problème.

Comment ont-ils vécu sans photos ? il n’y a rien qui reste après la mort, du visage et du corps. Et si on avait dit aux gens que la photo viendrait, ils auraient été bouleversés, épouvantés. Je crois qu’au contraire de ce qu’auraient cru les gens et de ce qu’on croit encore, la photo aide à l’oubli. Elle a plutôt cette fonction dans le monde moderne. […]. Je ne sais pas à quoi a servi la photographie dans ses premiers âges, pendant la première moitié du XIXe siècle, quel était son sens pour l’individu, au cœur de sa solitude, si c’est pour revoir des morts ou si c’est pour se voir lui.

Marguerite Duras, La Vie Matérielle, ed. POL, 1987

TRADUCTION DE PORTUGAIS EN FRANÇAIS

A identidade, de novo

Lembrei de uma conversa com o crítico espanhol Rafael Garcia Santos, na ocasião em que ele esteve por aqui. O homem estava indignado: « Onde está a cozinha brasileira aqui em Sâo Paulo? Só vejo restaurantes italianos, franceses, ou alguns imitando os novos espanhóis ».

Expliquei a ele que a cozinha brasileira seguía em busca de sua gastronomía. Que tínhamos já restaurantes que trilhavam este caminho, usando produtos regionais, partindo da tradição e modernizando-a ou, no mínimo, buscando a melhor representação de alguns pratos típicos. Com dizem hoje alguns técnicos de futebol, era um processo.

Mas disse também que o caso de São Paulo era particular. Trata-se de uma cidade de imigração recente, com hábitos e informações diferentes de outras capitais. Contei como a cidade crescera nos últimos cem anos, como recebeu diversos povos, coisa e tal. E disse a ele que isto também era uma identidade. Que eu – como tantos outros paulistanos – havia crescido comendo em casa lasanha, feijoada, bacalhau… E
nisto não via conflito. Era a comida da familia, eram as receitas que as pessoas praticavam naquele universo. E que eu era tão brasileiro quanto alguém que vivia na Amazônia ou no Cerrado.

Blog de Luiz Américo Camargo, no jornal O estadão, 26 de setembro de 2009